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A Herdade do Amarelo e o charme alentejano.

Estou com saudades do Verão. Muitas. Como quase toda a gente, vá. 

Estou a chegar àquele ponto, repetido todos os anos, em que tudo me aborrece. As malhas, que após cinco ou seis lavagens perdem a gracinha toda, as golas, os cachecóis e o chapéu de chuva que deixo sempre esquecido à porto de um sítio qualquer.

Estou enjoada das sopas, da manta polar no sofá (que funciona como íman de migalhas, nunca vi igual), do nariz frio e ''pingoso'', do cabelo colado à boca, quando o vento passa e o espeta na cara e no gloss! Um aborrecimento.

Estou com saudades do Verão e a pensar no último que passou. A ver fotografias onde exibo uma belo de um bronzeado (só quando nos vemos em modo lula anémica é que percebemos o quão bronzeadas estávamos na época balnear), e calço umas quaisquer sandálias de tiras. Roupas frescas... sorriso mais fresco ainda! Que bom...

 

Se pudesse regressar a um só dia de Verão, voltaria àquele que passei na abençoada Herdade do Amarelo. 

 

 

 É um hotel rural, perdido para lá de onde o Diabo deixou as botas, e revestido por um ''matagal'' infinito! 

Se vos disser que é perto de Vila Nova de Mil Fontes fica mais fácil, ainda assim há uma longa estrada em terra batida a percorrer até lá.

(Odeio caminhos de terra batida, não sei se já vos disse?! Mas vale a pena, vale mesmo). 

Muitas vezes, quando sonhamos com as férias, pensamos em destinos exóticos, privilegiamos aqueles que pressupõem apanhar um avião, e esquecemo-nos de um pequeno pormenor: vivemos num país divino no que diz respeito a ''spots'' para descansar as carnes ( ou abanar o esqueleto). 

Eu contra mim falo, que nunca fui adepta do ''lá para fora cá dentro'' e que pouco conheço deste nosso Portugal turístico. Uma vergonha!

 

O ano passado, eu e o meu namorado, que estávamos juntos há pouco tempo, decidimos tirar uma semana só para nós. Foi uma coisa planeada em cima da hora ( mais ou menos) , e que passou por isso mesmo: descobrir um bocadinho do que é nosso, passando por sítios diferentes e ficando hospedados em hotéis catita!

 

Pois qual a minha surpresa quando, numa breve pesquisa online, dei de caras com uma remessa de hotéis ESPECTACULARES?! 

Espaços que me faziam perguntar ''Isto é cá?''. Ignorância pura. 

Turismo rural então, é de perder a cabeça!!!

É verdade que os preços nem sempre são simpáticos e que com o mesmo dinheiro muitas vezes encontramos ''pacotes completos''. Sim, é. 

Mas também é verdade que há opções para todos os bolsos. Que não precisamos ficar hospedados três semanas e meia, e que estamos a contribuir para o estímulo da NOSSA economia, e não de outro país qualquer. 

 

 

A Herdade do Amarelo ficou-me no coração.

Se é cara? É. Para a maioria das pessoas é, eu incluída. 

Mas é um espaço muito, muito bonito, onde se passa, por exemplo, um fim de semana maravilhoso. Aquilo é realmente para descansar, por isso também não aconselho que fiquem mais do que dois ou três dias, a não ser que estejam numa de retiro espiritual. 

Eu, que sou uma pessoa muito activa, penso sempre nestes locais como ''escapadelas de fim de semana'', porque rapidamente me canso e aborreço.

 

É assim um charme de lugar. Lindo de viver, super bem decorado, capaz de nos transformar momentaneamente na mais pacifica das alminhas, ou de nos desconectar do mundo. 

Lembro-me de abrir a porta do quarto (aquele que está na foto a baixo) e de ficar deslumbrada! De acordar de manhã com aquela vista infinita...

de mergulhar na piscina de água salgada, de relaxar no jacuzzi ao fim da tarde. Não há nada melhor (quer dizer, há. Chama-se pequeno-almoço). 

 

 

 

 

É como vos conto, queridos leitores: os preços não são o terrível horror, mas também não são uma ninharia, capaz de nos levar a pensar numa mudança de malas e bagagens, tipo emigração sazonal. É uma excepção... uma pequenina extravagância que pode (e que faz) maravilhas pela alminha de cada um.

 

Por isso, se tiverem oportunidade, ou se quiserem, por exemplo, assinalar uma data festiva, a Herdade do Amarelo é O sítio! 

 

 

ps: Aproveito para registar um detalhe importante. Foi na Herdade do Amarelo que aprendi a andar de bicicleta, aos vinte e três anos, para grande vergonha do meu namorado, e constrangimento do dono do estaminé. Acho que os meus gritos tipo ''aiiiii que eu vou cair, tu agarra-me'' se ouviram em Vila Nova... de Famalicão! :)

 

Love*Love*Love 

 

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