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''Ah, dois almoços e dois jantares, como assim?''

Quando numa qualquer conversa comento que cá em casa se preparam dois almoços e dois jantares todos os dias (um para mim outro para o Dom Homem), fica tudo muito escandalizado. Soltam-se grandes ''ahhh, mas não comem o mesmo?'' ou ''que  estranho, nunca ouvi tal coisa!'', quando na verdade o que lhes vai na cabeça é qualquer coisa como ''ahhhh, com tanta incompatibilidade não chegam ao Natal''.

Não é propriamente uma coisa que me aborreça muito, mas confesso que me faz um bocadinho confusão esta coisa do ''ou encaixam perfeitamente naquilo que é a norma, ou estão condenados à morte do mais belo amor''. 

 Eu e o homem somos pessoas completamente diferentes. Se isso já me fez pensar que é impossível partilhar o copo da escova de dentes? Já. Muitas vezes. Mas o dia-dia tem vindo a mostrar-me que perdemos muito tempo a pensar em ''merdas e macacadas'' que não têm importância nenhuma...só porque está estipulado que é assim! Não tem de ser. 

Lá em casa há dois armários diferentes. O meu, cheio de coisas saudáveis porque EU sou uma pessoa ultra saudável. O dele, cheio de porcarias como donuts, gomas, bolachas e batatas fritas, porque ELE é a maior desgraça alimentar que me passou pelas mãos. E agora, o que é que eu vou fazer? Abrir-lhe a boca e enfiar-lhe talos de aipo goela a baixo? Obrigar-me a comer bifes ''afogados'' em manteiga e bacon, e merendas mistas ao lanche, na esperança que cheguemos, um dia, ao altar? Não me parece que seja esse o segredo da felicidade.

Desde que estamos juntos que conhecemos as nossas diferenças. Que são milhentas, repito! Às vezes não dá mesmo jeitinho nenhum e gostava muito de resolver o jantar numa sopinha de cenoura e gengibre. É um facto. Mas depois paro para pensar e escolho não dar  importância. Porque esta pode não ser a norma, mas é a nossa rotina! E porque esta vida já é suficientemente enrolada, já tem chatices que cheguem, para ainda estarmos a inventar.

 

Verdade seja dita: antes uma batatinha frita no fogão a espirrar óleo, a um gajo que me apareça em casa, todas as noites, a ''saber'' a vinhaça. Antes um bacon frito a cheirar na cozinha, a um qualquer ''perfume de mulher'' no colarinho (já cantava a Ágata nos saudosos anos 90). 

Certo que a probabilidade de acabar velho, barrigudo, cego, e carregadinho de colesterol é bastante elevada. Mas pronto, fazer o quê? Também não conto ficar nova, fresca e fofa para todo o sempre. 

 

O importante é relativizar, gente!

Porque nisto do amor não há ''nomal''. E quando há... hum...é mau sinal.

 

 

Love*

Elza 

 

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